Segunda homilia em I Jo(I Jo 1, 5-8)
Homilias em I Jo - Allan Magalhães
Segunda homilia em I Jo(I Jo 1, 5-8):
Segunda homilia em I Jo
ESPECIFICAÇÕES SOBRE A SEGUNDA HOMILIA E SOBRE AS HOMILIAS QUE SE SEGUIRÃO A ESTA(DE I Jo):É preciso esclarecer algumas especificações antes de iniciarmos a segunda homilia, acerca do modo pelo qual eu procederei nesta e cada uma das homilias que se seguirão a esta. Serão feitas algumas especificações acerca desta segunda homilia e das próximas que se seguirão a esta. Diga-se, portanto:I - Texto bíblico e traduções utilizadas: o texto bíblico será tirado da Bíblia Sagrada Ave Maria, como eu venho fazendo já desde a primeira homilia(I Jo 1, 1-4), entretanto, em relação a algumas remissões que só existem na Vg(Vulgata), como, por exemplo, o Comma Ioannem(I Jo 5, 7 Vg), eu utilizarei uma tradução da Vulgata, preferentemente a Bíblia do Pe Matos Soares ou a Bíblia do Pe Antônio Pereira de Figueiredo(a segunda, a versão comentada em 17 volumes - seja a de volume único ou de volumes separados), ficará a meu critério decidir quando usar uma ou outra respeitante à Bíblia do Pe Antônio Pereira de Figueiredo. Por fim, com respeito à remissões que só existem na LXX(Septuaginta) será usada a tradução de "José Cassais"(que contém alguns livros da LXX) e a tradução em inglês da "Delphi Classics - Ancient Classics Series."; II - Como será dividida a exposição homilética respeitante aos versículos bíblicos?: com respeito aos versículos bíblicos, penso que a melhor divisão seja esta: Caso hajam poucos versículos, como na primeira homilia(1, 1-4) e segunda homilia(1, 5-8), exporei homileticamente em gradação de 4 em 4 versículos. Entretanto, quando não der para fazê-lo, farei a exposição homilética por tomos, como serão a terceira homilia e as próximas: I Jo 1, 9-10(tomo 1), I Jo 2, 1-19(tomo 2), etc; II - Subsídios exegéticos e homiléticos: Usarei os subsídios exegéticos como os comentários de São Beda, Clemente de Alexandria, os Tratados de homilias a I Jo de Santo Agostinho, os comentários disponíveis no site Catena Bible, no site Aquinas Study Bible, a Glossa Ordinaria a I Jo, o comentário a modo de Catena a I Jo da ACC(Ancient Christian Commentary), etc. E outros que me parecerem convenientes; IV - Qual propósito pretendo alcançar com esta série de homilias a I Jo?(e os comentários e homilias posteriores a Tg e Jo): Pretendo fomentar o interesse pela exegese e teologia bíblica nos leigos católicos, ortodoxos e protestantes e fazer com que Deus seja glorificado por meio da minha obra, não que eu me envaideça a ponto de querer gloriar-me. Texto: [5] A nova que dele temos ouvido e vos anunciamos é esta: Deus é luz e nele não há treva alguma. [6] Se dizemos ter comunhão com Ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade. [7] Se, porém, andamos na luz como Ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. [8] Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.(I Jo 1, 5-8) Homilia em I Jo 1, 5-8: I Jo 1, 5: "A nova que dele temos ouvido e vos anunciamos é esta: Deus é luz e N´Ele não há treva alguma." A nova. Perguntamo-nos primeiramente: qual é esta "nova" da qual fala São João Evangelista? Caríssimos irmãos, penso que esta "nova" que aí vai dita refira-se a todos os eventos decorrentes da Encarnação(Jo 1, 1. 14) e que São João Evangelista viu com uma visão espiritual, como explica São Beda, o Venerável ao comentar I Jo 1, 1: "De fato, eles (os santos apóstolos) não apenas viram (Nosso) Senhor (Jesus Cristo) com os olhos corpóreos, como o resto fez, mas também observaram e contemplaram seu poder divino com olhos espirituais, particularmente, aqueles que o viram glorificado no monte, entre os quais (São) João (Evangelista) era um(Mt 17, 1-2)."(Tradução do comentário de São Beda a I Jo 1, 1, Adaptado) Tal visão espiritual que os santos apóstolos tiveram quando na Transfiguração do Senhor, quando o viram com os olhos espirituais, explica mais extensamente o que eu disse outrora(primeira homilia a I Jo, 1, 1-4) sobre os santos apóstolos, dentre os quais o próprio São João Evangelista terem visto o Cristo com "os olhos da inteligência iluminada pela luz sobrenatural da fé". São Beda também dá a razão pela qual Nosso Senhor Jesus Cristo assumiu verdadeiro corpo, ao contrário do que pensavam os Maniqueus, comenta ele: "Pois, o que ele diz: "E nossas mãos tocaram a respeito do Verbo da vida", supera a loucura dos Maniqueus que negavam que (Nosso) Senhor (Jesus Cristo) assumiu para si um verdadeiro corpo. Os (santos) apóstolos não duvidavam que fosse um verdadeiro corpo, à medida que provaram sua autenticidade não apenas por meio da visão, mas também por meio do toque, particularmente, o próprio (São) João (Evangelista) que, estando acostumado a reclinar-se em seu peito durante a (Santa) Ceia(Jo 13, 23), tocava seus membros mais livremente dado que ele estava mais perto. Mas, igualmente, após a sua ressurreição dentre os mortos suas mãos tocaram respeitante ao Verbo da Vida quando eles souberam, indubitavelmente, que Ele recebeu um verdadeiro corpo, embora agora incorruptível, ouvindo já D´Ele próprio em pessoa, "apalpai e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que tenho."(Lc 24, 39) Contudo, é bem colocado, "e nossas mãos tocaram a respeito do Verbo da vida", porque quando eles provaram a autenticidade de seu corpo ressuscitado dos mortos por meio do próprio exame com suas mãos, eles souberam com certeza que Ele era o Verbo da vida, isto é, o Verdadeiro Deus. Portanto, (São) Tomé(Aug., In loh. ep. 1:3; PL 35:1980), que mais especialmente foi ordenado a senti-lo, também confessou, assim que sentiu seu corpo, dizendo "Meu Senhor e meu Deus!."(Jo 20, 28), (Ibidem supra, Adaptado) Portanto, Nosso Senhor Jesus Cristo tinha verdadeiro corpo, os santos apóstolos não duvidaram porque testemunharam com o toque e com a visão e, conforme vimos, não somente a visão corpórea, mas com a visão espiritual, com os olhos espirituais, com os olhos da inteligência iluminados pela luz sobrenatural da fé.(Mt 17, 1-2) São Beda nos dá o sentido do termo empregado por São João Evangelista "Verbo da vida", diz ser "o Verdadeiro Deus", a mim me parece correta tal interpretação, porquanto o próprio São Evangelista relata no princípio de seu Evangelho: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus" e mais adiante: "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade."(Jo 1, 1. 14), ora, se o Verbo era Deus, portanto, "Verdadeiro Deus", como diz São João Evangelista nesta mesma epístola: "Sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro. E estamos no Verdadeiro, pois que estamos em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna."(I Jo 5, 20), ora, São João Evangelista deixa evidente a nós nesse trecho que Nosso Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Deus, o que Ele mesmo diz de si no Evangelho: "Eu e o Pai somos um."(Jo 10, 30), portanto, Cristo tem unidade essencial e consubstancial com o Pai, isto é, é o mesmo Deus e o mesmo Ser, embora divirja em pessoalidade por não ser a mesma Pessoa que o Pai, contudo, são da mesma essência e substância. Ademais, sabemos que Jesus Cristo é não somente Verbo(Jo 1, 1. 14), mas da Vida. Como sabemos? Ora, Ele mesmo diz de si: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida."(Jo 14, 6), portanto, a mesma Vida dita no Evangelho é a Vida dita nesta primeira epístola. Esta definição assemelha-se a aquelas outras: Deus é amor, Deus é espírito.(I Jo 4, 16; Jo 4, 24; Comentário da BAC a I Jo 1, 5-7, Adaptado) Que D´Ele temos ouvido. E como ouvimos a nova anunciada pelo Cristo? Mas o quê seria este ressoar da graça e esta audição da alma? Ora, assim como o sentido próprio da nossa audição sensível são os sons, a audição da alma são os sinais espirituais. E quais sinais espirituais que os santos apóstolos ouviram de Cristo? Agora, resta considerar o ressoar da graça, por ele entendemos: a moção sobrenatural da graça sobrenatural que torna o intelecto dos santos apóstolos aptos a entender a mensagem evangélica - deste modo escutarem propriamente, espiritualmente falando - e torna sua vontade apta a assentir ao chamado de seguir verdadeiramente Nosso Senhor Jesus Cristo. Destarte: o ressoar da graça não é audível por meio de um som sensível, mas é manifesto tão somente pela graça sobrenatural do Espírito Santo que ensina mais perfeitamente ao intelecto as verdades sobrenaturais sobre o Cristo e convida a vontade a perseverar no santo serviço, na pregação e no ministério apostólico. Daí entende-se porque os santos apóstolos só começaram a compreender as verdades sobrenaturais sobre o Cristo quando no evento de Pentecostes(At 2, 1-11), mesmo tendo convivido tanto tempo com o Cristo. O ressoar da graça e a audição da alma deles não estava manifesto para que pudessem ouvir por meio da graça sobrenatural as verdades sobrenaturais sobre Nosso Senhor Jesus Cristo, seus intelectos apreendê-las, sua vontade ser convidada a seguir o Cristo, testemunharem os sinais espirituais pelos quais lhes fossem confirmados a verdade manifesta sobre o Evangelho acerca daquela Luz, razão pela qual prossegue: É esta: Deus é luz. A mesma luz dita no Prólogo(Jo 1, 1-18) de seu Evangelho: "N´Ele havia a vida, e a vida era a luz dos homens(...) A luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam (...) O Verbo era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem."(Jo 1, 4-5. 9) A luz, portanto, é o Verbo Divino e Encarnado(Jo 1, 1. 14), Nosso Senhor Jesus Cristo. Aqui entendemos mais manifestamente qual seja "a nova" em sentido estrito, a saber, "Deus é luz." Mas ele disse isto como uma definição da essência divina? Não, explica Clemente de Alexandria: "Ele não exprime a essência divina, mas desejando declarar a Majestade Divina, ele aplicou à divindade o que há de melhor e mais excelente na perspectiva humana. Portanto, também São Paulo quando fala da luz inacessível.(I Tm 6, 16) Mas o próprio (São) João (Evangelista) também nesta mesma epístola diz: "Deus é amor."(I Jo 4, 16), indicando as excelências de Deus, que Ele é gentil e misericordioso; e porque Ele é luz, justifica os homens, de acordo com o progresso das almas deles, por meio da caridade (sobrenatural). Deus, portanto, que é inefável a respeito de sua substância, é luz."(Tradução do comentário de Clemente de Alexandria a I Jo 1, 5, Adaptado) São Beda comenta que este dizer(I Jo 1, 5) indica a excelência da pureza divina e refuta os Maniqueus, comenta ele: "Por esta proposição, o bem-aventurado (São) João (Evangelista) mostra a excelência da pureza divina, a qual somos ordenados a imitar, quando ele diz: "Sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo."(Lv 19, 2) e demonstra o ensinamento insano dos Maniqueus que sustentavam que a natureza de Deus havia sido superada na guerra pelo príncipe das trevas e havia sido corrompida."(Tradução do comentário de São Beda a I Jo 1, 5, Adaptado) E Clemente de Alexandria acresce:
Isto é, nenhuma paixão, nenhuma manutenção do mal a respeito de ninguém, Ele não destrói ninguém, mas dá salvação a todos. Irmãos, Clemente de Alexandria no trecho supracitado nos diz que Deus não guarda o mal a respeito de ninguém, que não destrói ninguém, sobre este segundo aspecto vai o que é dito por Salomão no livro da Sabedoria(1, 13-14): "Não procureis a morte por uma vida desregrada, não sejais o próprio artífice de vossa perda. Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma.", portanto, o dito de Salomão vem confirmar a interpretação de Clemente de Alexandria. A mim parece que refira-se aos três em certa medida: 3) aos preceitos da doutrina: na medida em que eles nos ensinam as disciplinas necessárias para permanecermos na ortodoxia, deste modo nos ilumina para que permaneçamos na solidez da fé e não caiamos na heresia, tampouco na apostasia. Portanto, caríssimos irmãos, concordo com a interpretação de Clemente de Alexandria, mas não a modo disjuntivo como ele coloca, mas conjuntivo, isto é, não como se a luz deste versículo fosse ou a Lei ou a fé ou os preceitos da doutrina, mas os três concomitantemente, em certa medida, na vida do fiel. Que Deus Filho é a luz deste versículo comenta Orígenes:
Acerca da nova dita mais acima, diz Dídimo, o Cego: São Jerônimo nos ensina que a única luz sem mácula é a do Verbo:
Acerca da natureza da nova dita mais acima, diz Andreas: "Qual é esta mensagem? É que aquela vida eterna nos foi manifestada. Pois o Pai tanto amou o mundo que lhe deu seu Filho único(Jo 3, 16) e isto nós te proclamamos - que o Verbo Divino que veio ao mundo e se fez homem é, duplamente, Deus e luz."(Tradução do Ancient Christian Commentary, Adaptado, 1 John 1:5 - God is light, Andreas, Catena) Acerca de Andreas, assemelha-se muito ao que dissemos antes(primeira homilia a I Jo 1, 1-4, Adaptado; I Jo 1, 2,): Que Deus comunica esta mesma luz a nós, nos diz Simeão, o Novo Teólogo: E N´Ele não há treva alguma. São Jerônimo bem interpreta, conforme vimos acima, que as demais luzes para além da luz divina são conspurcadas por algum tipo de defeito. Podemos dizer: vícios, imperfeições, etc. Santo Agostinho nos mostra de modo mais perfeito esta relação(Homilias em I Jo, Primeira homilia, Adaptado, I Jo 1-1-2; I Jo 1, 5, n. 5): "Deus é luz e N´Ele não há treva alguma", as trevas são os pecados." Ora, se as trevas são os pecados, só teremos comunhão com Ele, se nos destituirmos de todos os pecados. Parece impossível para a natureza humana, não? Veja o que é acrescido mais abaixo(cf. ibidem supra, Adaptado): "Se, porém, andamos na luz como Ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado."(I Jo 1, 7) Ó indescritível e inefável alegria! O sangue de Nosso Redentor nos purifica de todo pecado. Mas como? Só pela nossa súplica e por meio da oração somente? Não! Afaste-se de nós este ímpio pensamento. A salutar fé católica nos ensina que é necessário que confessemos nossos pecados a um sacerdote católico e que ele, estando em Persona Christi(na Pessoa de Cristo), tem o poder para absolver nossos pecados(sejam mortais ou veniais) e reconciliar-nos com Deus, como está escrito na epístola de São Tiago: "Confessai os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros. A oração do justo tem grande eficácia."(Tg 5, 16) São Beda comenta Tg 5, 16 assim: "Contudo, nesta proposição deve ser feita esta distinção: que nós confessemos nossos pecados menores e diários uns aos outros entre pares e creiamos que somos salvos por suas orações diárias; ao passo que de acordo com a Lei(Lv 13, 49; 14, 2-3), deixemos tornar conhecidas as impurezas de mais séria gravidade ao sacerdote e cuidemos para sermos purificados no modo e comprimento do tempo que seu julgamento for decretado."(Tradução do comentário de São Beda a Tg 5, 16-17, Adaptado, comentário a Tg 5, 16) Portanto, o sacerdote é o ministro adequado para absolver nossas faltas graves. A Glossa Ordinaria a I Jo 1, 5 comenta assim:
Por que o Verbo fez-se carne? Que coisa nova Ele trouxe ao mundo? Por que Ele veio padecer? Não foi por nada; veja o quê ele quis ensinar: que Deus é luz. Esta proposição mostra a excelência da pureza divina, a qual somos ordenados a imitar. Por ela os Maniqueus são refutados, que dizem que a natureza de Deus foi conquistada na guerra pelo príncipe das trevas e foi manchada. (São Beda) Nós aplicamos a nós mesmos a luz; a luz nos iluminou. Nós éramos trevas, agora mediante a luz somos luz e iluminamos aos outros quando anunciamos que os pecados são perdoados e as trevas dissipadas. Deus é luz. Portanto, deixe aquele que tem comunhão com a luz dirigir-se para longe das trevas do pecado, porque as trevas não podem ter comunhão com a luz. I Jo 1, 6: "Se dizemos ter comunhão com Ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade." Se dizemos ter comunhão com Ele. Como temos comunhão com Ele? Por meio do exercício constante das três virtudes teologais(fé, esperança e caridade), da oração, das boas obras sobrenaturais, etc. Mas aqui é importante ater-se ao que diz o versículo seguinte: "Se, porém, andamos na luz, como Ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros", etc(I Jo 1, 7) Pode parecer que isto refira-se apenas à comunhão com o próximo, mas veja o que ele diz posteriormente: "Se alguém disser: amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê."(I Jo 4, 20) Ora, como o amor(caridade sobrenatural) é uma das virtudes teologais e quem não ama seu irmão é incapaz de amar a Deus, isto é, ter comunhão com Ele, portanto, o amor do próximo é igualmente comunhão com Deus. Portanto, outro modo de ter comunhão com Ele é amando nosso próximo. Santo Irineu de Lyon em I Jo 1, 6: "Uma mentira não tem comunhão com a verdade, tampouco a luz com as trevas. A presença de uma exclui a outra."(Tradução do Ancient Christian Commentary, Adaptado, 1 John 1:6, Santo Irineu de Lyon, Contra as Heresias 3, 5, 1) Santo Hilário de Arles em I Jo 1, 6: "A verdade é a luz, então se não andarmos em conformidade com ela, estamos nas trevas."(Tradução do Ancient Christian Commentary, Adaptado, 1 John 1:6, Santo Hilário de Arles, Comentário a I Jo) Simeão, o Novo Teólogo em I Jo 1, 6: "Vejam, irmãos, que enquanto nós aparentamos estar em Deus e pensamos que estamos em comunhão com Ele, nós não sejamos excluídos e separados D´Ele, dado que nós agora não vemos sua luz."(Tradução do Ancient Christian Commentary, Adaptado, 1 John 1:6, Simeão, o Novo Teólogo, Discursos 33, 2) Mas andamos nas trevas. Isto é, conforme explica Santo Agostinho: mas andamos no pecado. São Beda comentando I Jo 1, 6, diz: "Ele está denominando pecados as heresias e a escuridão do ódio. Portanto, a confissão da fé (sobrenatural) não é de todo suficiente para a salvação quando está ausente o testemunho das boas obras (sobrenaturais). Mas nem a retidão das (boas) obras (sobrenaturais) é de qualquer valia sem a fé (sobrenatural) e a simplicidade do amor. Pois quem quer que esteja tomado de qualquer modo pela escuridão não pode ter comunhão com Aquele no qual não há iniquidade. Pois "que comunidade pode haver entre a luz e as trevas?"(II Cor 6, 14), (Tradução do comentário de São Beda a I Jo 1, 6, Adaptado) Portanto, não nos é suficiente a confissão da fé sobrenatural para que nos salvemos sem que haja a manifestação das boas obras sobrenaturais, conforme o dizer de São Tiago: "De que aproveitará, irmãos, a alguém dizer que tem fé, se não tiver obras? Acaso essa fé poderá salvá-lo?(...) Assim como o corpo sem a alma é morto, assim também a fé sem as obras é morta."(Tg 2, 14. 26) O contexto todo, irmãos, pode ser lido em Tg 2, 14-26, mas não nos é oportuno que versemos sobre isto aqui, para não nos delongarmos e tergiversarmos do tema. A nós seja dito que para que tenhamos comunhão com Ele, precisamos, conforme foi dito, desvencilharmo-nos das trevas, isto é, dos pecados. O modo pelo qual faremos isto será dado no versículo 7, que adiante exporemos. Para testemunhar mais dignamente que somos discípulos do Senhor, precisamos ser tal como Ele foi, isto é, sem pecado. Sem quaisquer pecados? Dir-me-ás: "Quiçá impossível!" Parece-te impossível, porquanto raciocinas de modo humano. Mas lembra-te que Deus fez uma Virgem conceber(Mt 1, 18; Lc 1, 7), não obstante isto, ainda encheu-a de graça sobrenatural(Lc 1, 28), conforme o ensinamento acerca do dogma da Imaculada Conceição, cremos que a Santíssima Virgem Maria foi preservada imune de toda mácula do pecado original, desde o primeiro instante de sua conceição, conforme vai dito na Bula Ineffabilis Deus de Papa Pio IX(Dz 2803-2804): "Para a honra da santa e indivisível Trindade, para adorno e ornamento da Virgem Deípara, para exaltação da fé católica e incremento da religião cristã, com a autoridade do Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e Nossa, declaramos, proclamamos e definimos: a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio do Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original, é revelada por Deus e por isso deve ser crida firme e constantemente por todos os fiéis." Ora, se preservada imune de toda mancha da culpa original desde sua conceição, também o foi de seus efeitos, portanto, preservada dos pecados atuais, a saber, mortais e veniais. Mas tu me indagarás: sim, decerto, mas ela era a Santíssima Virgem - eleita por Deus desde os tempos imemoriais, escolhida para ser a Mãe de Deus - ora, eu, mero mortal e tão inócuo pecador, como poderei eu ficar livre dos pecados atuais? Veja, meu caro irmão, com relação aos pecados veniais, exceto a Santíssima Virgem e o próprio Cristo(que mais adequado seria chamá-lo essencialmente santo ou Santo dos Santos do que chamá-lo "santo" como se sua santidade proviesse de outrem que não D´Ele mesmo), não tenho notícia de que tenha vivido um santo sem eles cá na Terra. A razão é que acumulamos faltas ou pecados veniais muito mais facilmente do que incorremos em pecados mortais. O remédio para ambos os pecados(mortais ou veniais) são, duplamente, o sacramento da confissão e o sacramento da Eucaristia - embora com relação aos pecados veniais, eles sejam mais propriamente matéria de remissão da Santa Eucaristia do que da confissão, mesmo que não repugne que sejam acusados na confissão - os pecados veniais são redimidos por meio da Eucaristia, também no ato penitencial durante a Santa Missa, igualmente por meio da confissão. Portanto, estes são os meios sacramentais pelos quais somos redimidos das nossas faltas leves e graves. Não é impossível morrer sem pecado mortal, de fato, sobre isto, São Tomás diz no Sermão sobre o Credo(art 4, n. 68): "O terceiro mal é a fraqueza. O homem, pecando pela primeira vez, pensa que depois pode abster-se do pecado. Acontece, porém, o contrário: debilita-se pelo primeiro pecado e fica inclinado a pecar mais. Portanto, não é impossível morrer sem pecados atuais - isto é, ao menos os mortais - conforme indicamos. E quanto a se morrermos com pecados veniais? Iremos à condenação eterna? Não! A fé católica ensina que os pecados veniais e as consequências dos pecados mortais já perdoados nesta vida serão purificados no Purgatório. Portanto, é possível que, sem pecados mortais nesta vida, tenhamos comunhão com Ele. Mas o contrário é igualmente possível, razão pela qual é acrescido: "se dizemos ter comunhão com Ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade." Adiante ele distinguirá entre pecados mortais e veniais(I Jo 5, 16-17), mas isto exporemos no tempo oportuno. Mentimos. Dizemos que estamos na luz, mas andamos nas trevas, isto é, dizemos que obramos o bem, mas, ao contrário, obramos o mal. Portanto, mentimos, isto ele explica mais manifestamente no próximo capítulo: "Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele."(I Jo 2, 4) O Salvador já havia nos explicado que amá-Lo é guardar seus mandamentos, no Evangelho, onde diz: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos."(Jo 14, 15) Portanto, São João repete o mesmo aqui dizendo que para estarmos em comunhão com Ele, é necessário que andemos na luz. Ora, como andamos na luz? Guardando os seus mandamentos, conforme visto acima. Dito doutro modo: não pecando. Mas, onde estão os mandamentos? Nos 10 Mandamentos da Lei de Deus e nos 5 Mandamentos da Santa Madre Igreja. E se, por infelicidade, soberba e presunção, declaramos não ter pecado? Vejamos o que São João Evangelista diz: "Se pensamos não ter pecado, nós o declaramos mentiroso e a sua palavra não está em nós."(I Jo 1, 10) Ó tamanha infelicidade! Há algo mais infeliz do que não ter o Verbo de Deus habitando em nós? E mesmo se tomarmos em sentido lato: há coisa mais triste do que não ter a doutrina evangélica em nossos corações? Mas é isto mesmo: se pecamos, separamo-nos não somente do Verbo Divino, mas da mesma doutrina evangélica que foi pregada pelo Verbo feito carne. Como nota Santo Irineu de Lyon uma mentira não tem comunhão com a verdade e as trevas não tem comunhão com a luz, portanto, mentimos. Quando mentimos? Quando não andamos na luz, isto é, quando pecamos, pois as trevas, como nota Santo Agostinho, são os pecados. E a luz é aquela luz dita no Evangelho(Jo 1, 4-5. 9), a qual já explicamos. É manifesto que nem toda mentira é pecado mortal, somente quando fere a caridade sobrenatural - relativo a Deus ou ao próximo -, mas é evidente que São João fala aqui do pecado mortal, porquanto acresce: não seguimos a verdade. Mentimos, isto é, pecamos, o modo pelo qual mentimos(pecamos) será explicado mais a frente quando ele disser: "Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós."(I Jo 1, 8) E acresce logo abaixo: "Se pensamos não ter pecado, nós o declaramos mentiroso e a sua palavra não está em nós."(I Jo 1, 10) Entretanto, irmãos, agora não convém que exponhamos as passagens sobreditas. Portanto, irmãos, explicado está qual seja o sentido do dito "mentimos". Não seguimos a verdade A verdade é o Cristo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida"(Jo 14, 6), etc. Como não seguimos a verdade? Quando pecamos mortalmente, isto é, quando separamo-nos da caridade sobrenatural, da amizade com Deus e atraímos para nós a condenação eterna. Por esta razão, disse o Cristo: "Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus", mas sim aquele que anda na luz, portanto, acresce: "mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus."(Mt 7, 21) Um versículo abaixo ele fala sobre a vã indagação dos réprobos: "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres?"(Mt 7, 22) Mas em vão dizem isto, porquanto não andaram na luz, nem fizeram a vontade do Pai que está nos céus, razão pela qual Cristo acresce: "E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!."(Mt 7, 23) E com razão diz "operários maus", pois quem não anda na luz, não faz obras da luz, noutros termos: quem anda no pecado, não faz obras virtuosas; quem obra aquilo que é próprio do demônio, não obra o que é de Deus, portanto, com razão é acrescido: "maus". E não seguimos a verdade. Como se dissesse: não seguimos as obras do Cristo ou ainda: não obramos conforme o bem. Pois andar na luz, conforme dissemos acima, é, verdadeiramente, agir conforme o bem, não pecar, agir conforme Cristo agiria(Jo 14, 15). Não seguimos a verdade, quando dizemos que estamos em conformidade com a doutrina evangélica e praticamos o contrário desta pregação, razão pela qual ele acresce: "mas andamos nas trevas, mentimos e não seguimos a verdade."(I Jo 1, 6), pois mentir e não seguir a verdade que aí vai dito, neste sentido é ser hipócrita para com o que nos foi ensinado pelo Cristo, por seus santos apóstolos e varões apostólicos. E mesmo para com a revelação cristã como um todo. A Glossa Ordinaria comenta assim I Jo 1, 6:
I Jo 1, 7: "Se, porém, andamos na luz, como Ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado." Se, porém, andamos na luz. Aqui, caríssimos irmãos, São João Evangelista vai nos dar o remédio para que não incorramos no erro que ele havia reprovado antes, a saber, para que não andemos nas trevas e a verdade não resida em nós.(I Jo 1, 6) O modo pela qual andamos na luz é este: praticamos boas obras sobrenaturais, cooperativamente com a fé sobrenatural(conjuntamente com as duas outras virtudes teologais - esperança e caridade sobrenaturais) e com o auxílio da graça sobrenatural. Em suma, para dizê-lo em poucas palavras: andar na luz é obrar conforme o bem, a reta razão e o bom proceder moral. É neste sentido que diz São Tiago acerca das obras repassadas de doçura e sabedoria, diz ele: "Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre com um bom proceder as suas obras repassadas de doçura e de sabedoria."(Tg 3, 13) Este mesmo sobredito santo apóstolo dissertou habilmente sobre a necessidade das boas obras sobrenaturais cooperativamente com a fé sobrenatural e a graça sobrenatural para que possamos nos salvar; entretanto, não convém que exponhamos isto agora, faremos no tempo oportuno, quando expormos e comentarmos a epístola de São Tiago¹. __________________________________________________________________ 1. Quando produzirmos a série de homilias e o comentário bíblico integral a Tg. _________________________________________________________________ Como Ele mesmo está na luz. Aqui ele nos diz que se praticarmos as boas obras sobrenaturais, cooperativamente com a fé, esperança, caridade e graça sobrenaturais, como Ele mesmo está na luz, ou seja, como Deus está na luz temos comunhão recíproca uns com os outros, etc, trecho que exporemos logo após este. Perguntamo-nos: qual é o modo pelo qual Deus está na luz? Penso que seja aquele dito por São Tiago, a saber: "no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade."(Tg 1, 17), ou seja, Deus está na luz de modo imutável e estável. Mas somente isto? Não é Ele mesmo a luz? Sim, Ele é a luz(Jo 1, 4-5. 9), conforme vai dito no Evangelho de São João. Nós andamos na luz, Deus está na luz, razão pela qual São Beda comenta assim I Jo 1, 7: "A diferença de termos deve ser notada, pois ele diz que Deus está na luz, mas que nós devemos andar na luz. Pois os justos andam na luz, quando observam as obras virtuosas, eles progridem a coisas melhores; por onde a santidade divina, em relação a qual está dito: "Mas vós permaneceis o mesmo."(Sl 101, 28), propriamente relembrando como estando na luz, pois bondade plena(Sumo Bem), sempre atual, não encontra um lugar onde possa alterar-se. Pois ao fiel está dito: "Outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor: comportai-vos como verdadeiras luzes. Ora, o fruto da luz é bondade, justiça e verdade."(Ef 5, 8-9), mas Deus, sem qualquer alteração, é sempre bom, justo e verdadeiro. Portanto, se andamos na luz, como Ele mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros. Mas mesmo se parecer que praticamos obras da luz, para manter inviolados os direitos do amor mútuo, ainda que não devamos considerar que possamos nos purificar integralmente de nossos pecados por nosso próprio progresso ou esforço, razão pela qual é acrescido: E o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Pois o sacramento da Paixão do Senhor tem igualmente poder de libertar-nos de todos os pecados no batismo e a graça do nosso mesmo Redentor perdoa o que quer que tenhamos cometido por meio da fragilidade diária após o batismo, particularmente, quando no meio das obras da luz as quais fazemos com humildade, diariamente confessamos nossos erros a Ele, quando recebemos os sacramentos de seu Sangue, quando após perdoarmos nossos devedores nós suplicamos que nossas dívidas sejam perdoadas(Mt 6, 12), quando, cônscios de sua Paixão, nós alegremente superamos quaisquer adversidades. Contudo, maravilhosamente, quando ele fala de Deus ele diz: E o sangue de Jesus Cristo, seu Filho. De fato, o Filho de Deus não tem sangue respeitante à sua natureza divina, mas porque o mesmo Filho de Deus também tornou-se Filho do Homem, devido à unidade de sua Pessoa, ele chama isto de Sangue do Filho de Deus, para nos mostrar que Ele tomou para si um verdadeiro corpo, verdadeiramente derramou seu Sangue por nós e para que pudesse refutar os hereges que negavam seja que um verdadeiro corpo tivesse sido assumido pelo Filho de Deus ou que Nosso Senhor Jesus verdadeiramente sofreu no corpo que assumiu. O que (São) Paulo diz similarmente a isso, (quando diz): "O Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o seu próprio sangue."(At 20, 28), (Tradução do Comentário de São Beda a I Jo 1, 7) Clemente de Alexandria comenta assim I Jo 1, 7: "O ensinamento de Deus é aqui chamado sangue."(Tradução do Ancient Christian Commentary, Adaptado, 1 John 1:7, The blood of Jesus cleanses; ADUMBRATIONS) Santo Hilário de Arles comenta assim I Jo 1, 7: "O sangue dos sacrifícios de animais era suficiente para purificar as pessoas de quaisquer pecados particulares que houvessem cometido, mas o Sangue de Cristo é suficiente para purificar aqueles que andam no amor de todos os pecados."(Tradução do Ancient Christian Commentary, Adaptado, 1 John 1:7, Cleansing from all sin, Comentário Introdutório a I Jo) Portanto, Ele está na luz, como sendo essencialmente a mesma luz, de modo imutável e estável, conforme dissemos, ademais, tal luz é, não somente o Verbo Divino(Jo 1,1; Jo 1, 4-5. 9), mas as duas outras pessoas divinas igualmente. Por que? Longe de nós! Longe de nós pensar que o Verbo Divino e Encarnado(Jo 1, 1. 14) tenha algum atributo ou propriedade, ou mesmo alguma dignidade que as demais pessoas divinas não tenham. Portanto, se o Verbo é luz, também o Pai e o Espírito Santo o são. Daí onde está escrito: "Deus disse: Faça-se a luz!. E a luz foi feita."(Gn 1, 3). Podemos entender que a luz dita aí tenha sido causada por meio do Verbo? Sim, pois como diz São João Evangelista: "Tudo foi feito por Ele, e sem Ele nada foi feito."(Jo 1, 3), falando acerca do Verbo Divino. Mas, igualmente, a mesma propriedade de ser luz pode ser dita a respeito do Pai e do Espírito Santo, não obstante isto. Agora, consideremos que Deus não está na luz como localmente circunscrito, como se disséssemos que Deus está na luz por um acidente local, mas, ao contrário, como dissemos, Ele é essencialmente a luz, por conseguinte, está na luz, à medida em que esta faz parte do seu Ser. Ele mesmo. Quem é Ele? Conforme dissemos, entenda-se a respeito das três pessoas divinas, mas, singularmente, acerca do Verbo Divino e Encarnado(Jo 1, 1. 14), a respeito do qual testemunham as S. Escrituras(Jo 1, 4-5. 9; I Jo 5, 7 Vg). Ele acresce o mesmo com o fito de enfatizar que Deus está na luz essencialmente, não como por um acidente local, como previamente dissemos. Ou: acresce o mesmo para circunscrever que Deus está essencialmente na luz, pela exclusão de quaisquer criaturas, na medida em que somente Ele está na luz por essência e as criaturas estão na mesma luz por participação. Temos comunhão recíproca uns com os outros. Como temos comunhão recíproca uns com os outros? Por meio da prática da fé, esperança e caridade sobrenaturais, mas, particularmente, a respeito da caridade está dito nesta mesma epístola o seguinte mandamento: "Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão."(I Jo 4, 21), ora, pela caridade sobrenatural, isto é, pelo amor(ágape) temos o vínculo fraternal pelo qual temos comunhão recíproca uns com os outros. E tal comunhão é vinculativa com Deus, conforme dissemos antes ao expormos I Jo 1, 6(cf. a passagem de I Jo 4, 20), razão pela qual ele acresce o modo pelo qual temos uma comunhão íntima com Deus, esta só podendo estar plena à medida em que nossos pecados atuais(mortais e veniais - máxime os mortais) são purificados e este é também o remédio do qual falamos no início desta seção(cf. exposição homilética a I Jo 1, 7), a saber, este: E o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado. São Beda faz ver que o sangue predicado à natureza divina de Cristo não é adequado, mas sim à natureza humana. Pois Cristo assumiu para si um verdadeiro corpo(Jo 1, 14), embora Ele seja desde a eternidade o Verbo Divino(Jo 1, 1). A respeito dos sacramentos que nos purificam de todo pecado, diga-se: Os sacramentos do batismo e da confissão são sacramentos de cura pelos quais somos purificados de nossos pecados - o primeiro sacramento purifica o pecado original, o segundo purifica os pecados atuais(mortais e veniais, embora estes primeiros sejam mais propriamente a matéria própria da confissão). Portanto, para que entremos em comunhão com Ele é necessário que sejamos purificados dos nossos pecados atuais. E o quê nos purifica? O sangue de Jesus Cristo, seu Filho. O remédio para que cessemos de andar nas trevas é a remissão que se dá pelo sangue de Jesus Cristo. Ora, Jesus Cristo é um médico? Sim! Veja o que Ele mesmo diz de si em São Mateus: "Não são os que estão bem que precisam de médico, mas sim os doentes."(Mt 9, 12) Ora, mas este mesmo Redentor: é médico do corpo? Não! É médico da alma? Sim! Razão pela qual vai dito que Ele purifica nossos pecados. Os pecados são para o Cristo o quê para o médico terreno são as doenças do enfermo. Ora, com quem nos consorciamos nesta comunhão que vai dita aí? Vejamos o que ele disse mais acima: "Ora, a nossa comunhão é com o Pai e o seu Filho, Jesus Cristo."(I Jo 1, 3) Daí compreendemos o seguinte: se Deus é integralmente puro e santo, nós, embora não possamos ser inteiramente puros e santos cá na Terra, ao menos devemos purificarmo-nos dos pecados atuais(mortais e veniais) que estão ao nosso alcance de purificação. E por nossos méritos e forças? Não! Por nossa própria virtude? Não! Por qual meio? Pelo sangue de Jesus Cristo, seu Filho. Quando ele diz: nos purifica de todo pecado, quais meios ele indica implicitamente aí? Indica os sacramentos do batismo, da confissão, da Santa Eucaristia. Algum outro meio? O ato penitencial. Todo pecado. A saber, o pecado original(batismo), os mortais(confissão) e os veniais(confissão, Santa Eucaristia, ato penitencial). "Se dizemos andar na luz." Portanto, estamos purificados, mas mesmo assim não pensemos que por nós mesmos, enquanto vivemos (em vida natural) somos capazes de purificar-nos inteiramente dos pecados. (São Beda) Como Ele também está na luz. Deus é dito estar na luz, pois a Suma Bondade não encontra onde possa (ainda) progredir; o homem anda na luz, pois ele progride para aspectos melhores por meio das obras virtuosas. AUG. Deus é a luz que nenhum lugar detém, a voz que nenhum tempo detém, cheiro que nenhuma brisa dispersa, comida que nenhuma glutonaria diminui, abraço amoroso que nenhuma saciedade dissipa." (Pseudo-Agostinho liber soliloquiorum animae ad Deum 31) I Jo 1, 8: "Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós." Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos. São João Evangelista assim se exprime para dizer que por mais santos e justos que sejamos, todos frequente e cotidianamente cometemos defeitos, que verdadeiramente são pecados, ainda que não graves, nem mortais(cf. Bíblia do Pe Antônio Pereira de Figueiredo, nota de rodapé 5 a I Jo 1, 8). Primeiramente, porque as S. Escrituras testemunham que todos temos pecado(cf. Sl 125, 5; Jó 10, 14; Pr 24, 6; Ecl 7, 2; cf. Bíblia do Pe Antônio Pereira de Figueiredo - versão comentada em 17 volumes - nota de rodapé 7 a I Jo 1, 10), (exceto a Santíssima Virgem e Jesus Cristo - Lc 1, 28; Hb 4, 15; I Jo 3, 5), portanto, todos somos pecadores, logo, se dizemos que não temos pecado, sustentamos o contrário das S. Escrituras Portanto, somos ímpios, pecadores, o que não implica dizer que pequemos em todas as obras² que obramos(cf. ibidem supra - nota de rodapé a I Jo 1, 8), caríssimos irmãos, São João Evangelista está querendo nos colocar diante do fato de que somos pecadores e que, portanto, somos mentirosos se dizemos que não temos pecado. ___________________________________________________________________________________ 2. Este acréscimo "portanto, somos ímpios, pecadores, o que não implica dizer que pequemos em todas as obras que obramos" foi uma sugestão do meu amigo Israel, portanto, créditos a ele. ___________________________________________________________________________________ Pecamos por presunção, pensando que somos totalmente destituídos de quaisquer pecados e não somente isto, veja o que ele acresce: E a verdade não está em nós. Ora, que horrível realidade! Por meio do pecado mortal arrefecemos a caridade sobrenatural, o pecado mortal destrói a caridade sobrenatural, isto é, a amizade com Deus em nós por uma infração grave à Lei de Deus, conforme vai dito no Catecismo da Igreja Católica: "O pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave à Lei de Deus. Desvia o homem de Deus, que é o seu último fim, a sua bem-aventurança, preferindo-Lhe um bem inferior. O pecado venial deixa subsistir a caridade, embora ofendendo-a e ferindo-a."(CIC, n. 1855) Portanto, se a verdade não está em nós e, Cristo é a verdade(Jo 14, 6; 8, 32), Cristo se aparta de nossa alma, embora permaneça vigiando-a por sua providência divina - a caridade ofendida e ferida, a justiça divina ofendida e ferida, numa palavra aquilo de Santo Afonso Maria de Ligório: "Ó meu Deus! Destes-me a razão, a luz da fé e, contudo, portei-me como um irracional, preterindo Vossa divina graça aos vis prazeres mundanos, que se dissiparam como o fumo, deixando apenas remorsos de consciência e dívidas para com Vossa justiça.", contudo, acresce a consolação: "Ah, Senhor, não me julgueis pelo que mereço (Sl 142, 2), mas tratai-me segundo Vossa misericórdia! Iluminai-me, meu Deus; dai-me dor sobre meus pecados, e perdoai-me. Sou a ovelha tresmalhada; se não me procurardes, perdido continuarei (Sl 118, 176). Tende piedade de mim, pelo sangue precioso que por mim derramastes. Arrependo-me, meu Sumo Bem, de Vos ter abandonado e de ter renunciado voluntariamente à Vossa graça. Quisera morrer de dor; aumentai em mim essa contrição profunda e fazei que chegue ao céu para exaltar ali Vossa infinita misericórdia… Nossa Mãe Maria, meu refúgio e minha esperança, rogai por mim a Jesus; intercedei para que me perdoe e me conceda a santa perseverança."(Afetos e súplicas pela Contrição, por Santo Afonso Ligório na obra Preparação para a morte, n. 1, Adaptado) Mas o ter pecado aqui não deve ser entendido somente do pecado mortal, mas igualmente do venial. Ou a verdade não está em nós pode ser entendida no seguinte sentido: a luz(I Jo 1, 5; Jo 1, 4-5. 9) dita aqui e no Evangelho não habita na alma da pessoa que está em pecado, daí ser dito que ela está nas trevas, como São João Evangelista nos diz noutras partes desta mesma epístola(I Jo 1, 6; 2, 8; 2, 9; 2, 11), e, conforme foi dito, na interpretação de Santo Agostinho as trevas designam apropriadamente os pecados. É de notar que I Jo 1, 10 é uma nota explicativa do versículo 8, vejamos: Vê como primeiro ele declara que somos mentirosos se dizemos não ter pecado e, após demonstrado isto, ele ascende à demonstração de que se pensamos não ter pecado nós declaramos Deus como mentiroso? II - Nós o declaramos mentiroso se pensamos não ter pecado(I Jo 1, 10): porquanto sustentamos o contrário do que as S. Escrituras testemunham, a saber, que todos temos pecados. Aqui alguém pode objetar: "mas como eu faço Deus de mentiroso ao sustentar que não tenho pecado e vou contra o testemunho das S. Escrituras?" Portanto, ao negarmos algo revelado por Deus(a saber, que todos temos pecado), estamos negando que Deus esteja falando a verdade, portanto, estamos chamando-o de mentiroso, daí ele acrescer: nós o declaramos mentiroso. Para finalizar esta exposição homilética, deixarei abaixo a tradução do comentário de São Beda a I Jo 1, 8 e a tradução da exposição da Glossa Ordinaria a I Jo 1, 8: Mas deixe-o dizer também com o Profeta: "Eis que nasci na culpa, minha mãe concebeu-me no pecado."(Sl 50, 7) Nós que viemos ao mundo com uma falta não podemos existir no mundo sem falta, mas o sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todo pecado, para que nossos pecados não permaneçam sob o domínio do inimigo pois que o mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo(I Tm 2, 5), desistiu por nossa causa do que Ele não possuía. Pois por nossa causa deu a morte a seu Corpo, o qual não possuía(antes da Encarnação), libertou-nos da morte da alma, a qual nós possuímos."(Tradução do comentário de São Beda, o Venerável a I Jo 1, 8) "Se dizemos, etc. Aqueles que não tem caridade, os quais, inflamados de orgulho em seus méritos, dizem que são puros Não temos pecado. Ele não disse não tivemos para que não parecesse que ele estava a falar da vida passada."(Tradução da Glossa Ordinaria a I Jo 1, 8) CONCLUSÃO: Aqui conclui-se a segunda homilia(1, 5-8) a I Jo, com nosso parecer homilético acerca do exposto e com os pareceres que consideramos apropriados para acrescer. Agradecemos a todos os leitores por terem lido e contamos com as orações de vocês para que o projeto de expor homileticamente I Jo, Tg e Jo, igualmente comentar estes três livros vá adiante e atinja seu fim. Igualmente pedimos incessantes orações para os projetos exegéticos/homiléticos futuros. REFERÊNCIAS: Materiais bibliográficos(dos comentários das imagens): AQUINO, Tomás. Christ Professed as God: LECTURE 2: Peter´s profession of Christ(Lição/Palestra 2: Profissão de Cristo de São Pedro). In: HOLMES, Jeremy. Commentary on Matthew(Comentário ao Evangelho segundo São Mateus), Adaptado, c. 16, lect 2(16:13-19), v. 13-19, n. 1384, comentário a Mt 16, 18. Disponível em: https://aquinas.cc/en/en/~Matt.C16.L2.n1383.3. Acesso em: 22 jul. 2023. AGOSTINHO, Santo. Chapter 6. Of the Four Living Creatures in the Apocalypse, Which Have Been Taken by Some in One Application, and by Others in Another, as Apt Figures of the Four Evangelists. In: S.D.F Salmond apud SCHAFF, Philip et KNIGHT, Kevin. The Harmony of Gospels(a Harmonia dos Evangelhos), Adaptado, book I, n. 9. BUFFALO - Nova York: Christian Literature Publishing Co., 1888. Disponível em: https://www.newadvent.org/fathers/1602106.htm. Acesso em: 22 jul. 2023. Materiais bibliográficos do Prefácio da segunda homilia a I Jo(1, 5-8): ORÍGENES. HOMILIA 2: Lc 1, 6 - Sobre o que foi escrito: "Ambos, porém, eram justos diante de Deus, andando segundo todos os mandamentos e preceitos do Senhor, de um modo irrepreensível, sem censura." In: PAULUS. Patrística - Homilias sobre o Evangelho de (São) Lucas, Adaptado. São Paulo: PAULUS, p. 20, homilia 2, Lc 1, 6, n. 2.³ _______________________________________ 3. A citação de Orígenes é a seguinte: "(...)Deste testemunho, só proferem o conteúdo verbal, mas ignoram profundamente seu conteúdo. Em resposta a esses, brevemente responderemos, haja vista que ser sem pecado nas Escrituras deve ser entendido de dois modos, seja [o primeiro] não ter nunca pecado, e o outro ter cessado de pecar. Se afirmam, pois, que não se pode dizer isento de pecado senão aquele que nunca pecou, nós estamos de acordo em que ninguém está isento do pecado, porque todos os homens pecamos uma vez ou outra, embora em seguida tenhamos seguido a senda da virtude. Se, na verdade, assim entendem que não há homem isento de pecado, a tal ponto que neguem que alguém com uma vida pregressa nos vícios possa se voltar para as virtudes, para que nunca mais peque, é falsa opinião destes. Pode acontecer, com efeito, que um pecador veterano, ao cessar de pecar, seja declarado sem pecado.(...)" _________________________________________ PEREIRA DE FIGUEIREDO, Antônio, Pe apud SANTOS, Farinha, Pe apud CHARBEL, Antônio, S.D.B, Pe et BRAGA, Elói Jr. CAPÍTULO 1(I Jo): S. JOÃO DIZ O QUE VIU E O QUE OUVIU DA VIDA. NÓS TEMOS SOCIEDADE COM O PAI E COM JESUS CRISTO. O PECADO NOS PRIVA DELA. O QUE DIZ QUE ELE ESTÁ SEM PECADO, MENTE E FAZ MENTIROSO A DEUS. In: PEREIRA DE FIGUEIREDO, Antônio, Pe apud SANTOS, Farinha, Pe apud CHARBEL, Antônio, S.D.B, Pe et BRAGA, Elói Jr. BÍBLIA SAGRADA CONTENDO O VELHO E O NOVO TESTAMENTO - REEDIÇÃO DA VERSÃO DO PE ANTÔNIO PEREIRA DE FIGUEIREDO(VERSÃO COMENTADA EM 17 VOLUMES - PDF EM VOLUME ÚNICO). Rua General Osório - SÃO PAULO: Editora das Américas, 1950, p. 336(do documento), p. 5581(do PDF), nota de rodapé n. 7 a I Jo 1, 10. Material bibliográfico do Prefácio de São Beda a I Jo(excerto do comentário de São Beda, o Venerável a I Jo 1,1): VENERÁVEL BEDA, São. COMMENTARY ON 1 JOHN: 1:1. In: HURST, David. Bede the Venerable: Commentary on the Seven Catholic Epistles(São Beda, o Venerável, Comentário às Sete Epístolas Católicas), Adaptado. KALAMAZOO - Michigan(Monk of Porstmouth Abbey): CISTERCIAN PUBLICATIONS, 1985, Commentary on 1 John 1:1(Comentário a I Jo 1,1), p. 159(do documento), p. 184(do PDF). Materiais bibliográficos da segunda homilia a I Jo(1, 1-4): VENERÁVEL, BEDA, São. COMMENTARY ON 1 JOHN: 1:1. In: HURST, David. Bede the Venerable: Commentary on the Seven Catholic Epistles, Adaptado. KALAMAZOO - Michigan(Monk of Porstmouth Abbey), CISTERCIAN PUBLICATIONS, 1985, Commentary on 1 John 1:1(Comentário a I Jo 1, 1), p. 160(do documento), p. 185(do PDF). SALGUERO, Jose, O.P et CORDERO MAXIMILIANO, Garcia O.P. Principio: Es necessario caminar en la luz. 1, 5-7. In: SALGUERO, Jose et CORDERO MAXIMILIANO, Garcia O.P. PROFESORES DE SALAMANCA: Texto da Nácar-Colunga VII(último) Epístolas católicas. Apocalipsis, Adaptado. Espanha - Madri: BIBLIOTECA DE AUTORES CRISTIANOS, 1965, p.194(do documento), p. 103(do PDF), comentário a I Jo 1, 5-7.(4) ___________________________________________________________________________________ 4. O trecho citado na exposição homilética(segunda homilia a I Jo 1, 5-8) em I Jo 1, 5, trecho "A nova" acerca do comentário dos Salmaticenses(Professores de Salamanca) da BAC(Biblioteca de Autores Cristianos) é o seguinte: "Esta definición de Dios se asemeja a aquellas otras: Dios es amor(I Jo 4, 16), Dios es espíritu(Jo 4, 24)."(As citações bíblicas são acréscimos meus das passagens bíblicas que estão nas notas de rodapé n. 21-22) Traduzindo o trecho para Português Brasileiro fica assim: "Esta definição de Deus assemelha-se a aquelas outras: Deus é amor(I Jo 4, 16), Deus é Espírito(Jo 4, 24)." ___________________________________________________________________________________ ALEXANDRIA DE, Clemente; Patristic Bible Commentary(Aquinas Study Bible). Clement of Alexandria on I John: III. Comments on the First Epistle of John, Adaptado, chapter 1, 2023(ano de copyright do site), comentário a I Jo 1, 5. Disponível em: https://sites.google.com/site/aquinasstudybible/home/1-john/clement-of-alexandria-on-1-john. Acesso em: 22 jul. 2023. VENERÁVEL BEDA, São. COMMENTARY ON 1 JOHN: 1:5, Commentary on 1 John 1:3-1:6. In: HURST, David. Bede the Venerable: Commentary on the Seven Catholic Epistles, Adaptado. KALAMAZOO - Michigan(Monk of Porstmouth), CISTERCIAN PUBLICATIONS, 1985, Commentary on 1 John 1:5(Comentário a I Jo 1, 5), p. 162(do documento), p. 187(do PDF). BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. 1:5-10: (1:5) - God is light. In: BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. ANCIENT CHRISTIAN COMMENTARY(ACC) - NEW TESTAMENT (VOLUME) XI - JAMES, 1-2 PETER, 1-3 JOHN, JUDE, Adaptado. Nova York - 711 Third Avenue, (2 Park Square, Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4RN): Routledge - Taylor & Francis Group, Commentary on 1 John, 1:5(Comentário a I Jo 1, 5) - God is light, THE ESSENCE OF GOD, CLEMENT OF ALEXANDRIA(Clement of Alexandria), ADUMBRATIONS, p. 296(do PDF).(5) _________________________________________________________________ 5. No livro não fala qual seja a página do documento, portanto, não coloquei. _________________________________________________________________ BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. 1:5-10: (1:5) - God is light. In: BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. ANCIENT CHRISTIAN COMMENTARY(ACC) - NEW TESTAMENT (VOLUME) XI - JAMES, 1-2 PETER, 1-3 JOHN, JUDE, Adaptado. Nova York - 711 Third Avenue, (2 Park Square, Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4RN): Routledge - Taylor & Francis Group, Commentary on 1 John 1:5(Comentário a I Jo 1, 5) - God is light, THE SON IS THE BRIGHTNESS OF THAT LIGHT, ORIGEN(Orígenes), (ON FIRST PRINCIPLES 1.2.7), Tratado dos Primeiros Princípios 1, 2, 7, p. 296(do PDF). BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. 1:5-10: (1:5) - God is light. In: BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. ANCIENT CHRISTIAN COMMENTARY(ACC) - NEW TESTAMENT (VOLUME) XI - JAMES, 1-2 PETER, 1-3 JOHN, JUDE, Adaptado. Nova York - 711 Third Avenue, (2 Park Square, Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4RN): Routledge - Taylor & Francis Group, Commentary on 1 John 1:5(Comentário a I Jo 1, 5) - God is light, THE MESSAGE PROCLAIMED TO YOU, DIDYMUS THE BLIND(Dídimo, o Cego), Commentary on 1 John(Comentário a I Jo), p. 296(do PDF) BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. 1:5-10(1:5) - God is light. In: BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. ANCIENT CHRISTIAN COMMENTARY(ACC) - NEW TESTAMENT (VOLUME) XI - JAMES, 1-2 PETER, 1-3 JOHN, JUDE, Adaptado. Nova York - 711 Third Avenue, (2 Park Square, Milton Park, Abingndon, Oxon OX14 4RN): Routledge - Taylor & Francis Group, Commentary on 1 John 1:5(Comentário a I Jo 1, 5) - God is light, IN HIM IS NO DARKNESS, JEROME(São Jerônimo), AGAINST THE PELAGIANS 2.7(Contra os Pelagianos 2, 7), p. 296(do PDF) BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. 1:5-10(1:5) - God is light. In: BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. ANCIENT CHRISTIAN COMMENTARY(ACC) - NEW TESTAMENT (VOLUME) XI - JAMES, 1-2 PETER, 1-3 JOHN, JUDE, Adaptado. Noya York - 711 Third Avenue, (2 Park Square, Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4RN): Routledge - Taylor & Francis Group, Commentary on 1 John 1:5(Comemntário a I Jo 1, 5) - God is light, NOT SEEN BY BODILY EYES, AUGUSTINE(Santo Agostinho), LETTERS 92(Cartas, Carta n. 92), p. 296(do PDF). BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. 1:5-10(1:5) - God is light. In: BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. ANCIENT CHRISTIAN COMMENTARY(ACC) - NEW TESTAMENT (VOLUME) XI - JAMES, 1-2 PETER, 1-3 JOHN, JUDE, Adaptado. Nova York - 711 Third Avenue, (2 Park Square, Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4RN): Routledge - Taylor & Francis Group, Commentary on 1 John 1:5(Comentário a I Jo 1, 5) - God is light, THE HEART OF MESSAGE, ANDREAS(Andreas), CATENA(Catena - corrente - exposição contínua a modo de comentário), p. 296(do PDF) BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. 1:5-10(1:5) - God is light. In: BRAY, Gerald et ODEN C., Thomas. ANCIENT CHRISTIAN COMMENTARY(ACC) - NEW TESTAMENT (VOLUME) XI - JAMES, 1-2 PETER, 1-3 JOHN, JUDE, Adaptado. Nova York - 711 Third Avenue, (2 Park Square, Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4RN): Routledge - Taylor & Francis Group, Commentary on 1 John 1:5(Comentário a I Jo 1, 5) - God is light, IMPARTING BRIGHTNESS TO YOU, SYMEON THE NEW THEOLOGIAN(Simeão, o Novo Teólogo), DISCOURSES 15.3(Discursos 15, 3), p. 296(do PDF) AGOSTINHO, Santo. 1 John 1:1-2:11. In: SCHAFF, Philip et KNIGHT, Kevin. Homilies on the First Epistle of John, Adaptado(Homilias à Primeira Epístola de São João - I Jo). Buffalo - Nova York: Christian Literature Publishing Co., 1888, Homily 1 on the First Epistle of John(Homilia 1 à Primeira Epístola de São João - 1), comentário a I Jo 1, 5, n. 5. Disponível em: https://www.newadvent.org/fathers/170201.htm. Acesso em: 22 jul. 2023. VENERÁVEL, BEDA, São. Commentary on James 5:16-17. In: HURST, David. Bede the Venerable: Commentary on the Seven Catholic Epistles, Adaptado. 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Nova York - 711 Third Avenue, (2 Park Square, Milton Park, Abingdon, Oxon OX14 4RN): Routledge - Taylor & Francis Group, Commentary on 1 John 1:6(Comentário a I Jo 1, 6) - Light and Darkness Do Not Mix, SEEMING TO BE IN GOD, SYMEON THE NEW THEOLOGIAN(Simeão, o Novo Teólogo), DISCOURSES 33.2(Discursos 33, 2), p. 297(do PDF). VENERÁVEL, BEDA, São. Commentary on 1 John 1:3-1:6. In: HURST, David. Bede the Venerable: Commentary on the Seven Catholic Epistles, Adaptado. KALAMAZOO - Michigan(Monk of Porstmouth Abbey): CISTERCIAN PUBLICATIONS, 1985, Commentary on 1 John 1:6(Comentário a I Jo 1, 6), p. 162(do documento), p. 187(do PDF), comentário a I Jo 1, 6. AQUINO, Tomás. ARTIGO QUARTO: Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. In: MOURA, Odilão, O.S.B. SERMÃO SOBRE O CREDO. Rio de Janeiro, 2004, art 4, n. 68, p. 38-39(do PDF e do documento) VAN DER PAS, Sarah. Glossa Ordinaria on 1 John(Glosa Ordinária a I Jo), Glosa Ordinária a I Jo 1, 6. 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NÓS TEMOS SOCIEDADE COM O PAI E COM JESUS CRISTO. O PECADO NOS PRIVA DELA. O QUE DIZ QUE ESTÁ SEM PECADO, MENTE, E FAZ MENTIROSO A DEUS. In: PEREIRA DE FIGUEIREDO, Antônio, Pe apud SANTOS, Farinha, Pe apud CHARBEL, Antônio, S.D.B, Pe et BRAGA, Elói Jr. BÍBLIA SAGRADA CONTENDO O VELHO E O NOVO TESTAMENTO - REEDIÇÃO DA VERSÃO DO PE ANTÔNIO PEREIRA DE FIGUEIREDO(VERSÃO COMENTADA EM 17 VOLUMES - PDF EM VOLUME ÚNICO). Rua General Osório - SÃO PAULO: Editora das Américas, 1950, p.336(do documento), p. 5581(do PDF), nota de rodapé n. 7 a I Jo 1, 10. DEN DRIESCH VON, Johann apud AFONSO MARIA DE LIGÓRIO, Santo apud ALENCAR DE, Carlos et CASTRO, Fl. Afetos e súplicas pela Contrição, por Santo Afonso de Ligório, na obra Preparação para a morte; AFETOS E SÚPLICAS. In: DEN DRIESCH VON, Johann apud AFONSO MARIA DE LIGÓRIO, Santo apud ALENCAR DE, Carlos et CASTRO, Fl. A Contrição Perfeita: Uma chave de ouro do Céu; Preparação para a morte: Considerações sobre as verdades eternas. 2004, Afetos e súplicas pela Contrição, por Santo Afonso de Ligório, na obra Preparação para a morte, n. 1(A Contrição Perfeita), p. 210(do PDF e do documento), (Preparação para a morte). (A Contrição Perfeita) Disponível em: https://rumoasantidade.com.br/a-contricao-perfeita/#afetos. Acesso em: 22 jul. 2023. VENERÁVEL BEDA, São. Commentary on 1 John 1:7-1:9. In: HURST, David. Bede the Venerable: Commentary on the Seven Catholic Epistles(São Beda, o Venerável, Comentário às Sete Epístolas Católicas), Adaptado. KALAMAZOO - Michigan(Monk of Porstmouth Abbey): CISTERCIAN PUBLICATIONS, 1985, p. 164(do documento), p. 189(do PDF), comentário a I Jo 1, 8. VAN DER PAS, Sarah. Glossa Ordinaria on 1 John(Glosa Ordinária a I Jo), Glosa Ordinária a I Jo 1, 8. Disponível em: https://sites.google.com/site/aquinasstudybible/home/1-john/glossa-ordinaria-on-1-john. Acesso em: 22 jul. 2023. JOÃO PAULO II, São. CAPÍTULO SEGUNDO: A COMUNIDADE HUMANA. In: JOÃO PAULO, II, São. Catecismo da Igreja Católica: Edição típica Vaticana(em PDF). IV. A gravidade do pecado: pecado mortal e venial, n. 1855. DENZINGER, Henrich apud Peter Hunneman apud MARINO LUZ, José et KONNINGS, Johan. Definição da Imaculada Conceição de Maria. In: DENZINGER, Henrich apud Peter Hunneman apud MARINO LUZ, José et KONNINGS, Johan. Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral da Igreja Católica. Edições Loyola, Paulinas: São Paulo, 2006, pp. 615-616(do documento), pp. 643-644(do PDF), n. 2803-2804. Citações bíblicas ao longo de todo o texto(com os respectivos links), (6): I Jo 1, 5; I Jo 1, 6-8; I Jo 1, 5-8; I Jo 1, 3; I Jo 1, 7; Mt 5, 14; Mt 5, 15-16; Jo 1, 17; I Jo 1, 6; I Jo 5, 10; I Jo 1, 10; I Jo 2, 22; I Jo 4, 20; I Jo 2, 4; I Jo 1, 7-8; I Jo 1, 8; Jo 14, 6; Jo 8, 32; Mt 17, 1-2; Jo 1, 1. 14; I Jo 4, 16; Jo 4, 24; At 2, 1-11; Sb 1, 13-14; Tg 5, 16; Tg 2, 14-26; Mt 1, 18; Lc 1, 7; Lc 1, 28; I Jo 5, 16-17; I Jo 2, 4; Jo 14, 15; I Jo 1, 10; Jo 1, 4-5. 9; I Jo 5, 7 Vg; Jo 1, 4-5. 9; Gn 1, 3; Tg 1, 17; Tg 3, 13; Jo 1, 3; I Jo 4, 21; Jo 1, 1; Jo 1, 14; Mt 9, 12; Sl 125, 5; Jó 10, 14; Pr 24, 6; Ecl 7, 2; Hb 4, 15; I Jo 3, 5; I Jo 1, 6; 2, 8; 2, 9; 2, 11. ___________________________________________________________________________________ 6. É só conferir a citação bíblica desejada no índice acima e abrir o respectivo link da citação bíblica. ____________________________________________________________________________________ Links das citações bíblicas: ___________________________________________________________________________________ 7. Este link é da remissão da Vulgata, vid a nota de rodapé a I Jo 5, 7 Vg da Bíblia do Pe Matos Soares de 1956 presente neste link. Para o bem dos leitores colocamos a nota abaixo: "Dão testemunho: A seguir a estas palavras, a Vulgata a partir do século IV, apresenta a seguinte interpolação: no céu, o Pai, o Verbo e o Espírito Santo e estes três são um só." A abreviatura "Vg" significa Vulgata, isto é, a Bíblia em latim vulgar ou uma tradução do latim(como é o caso da Bíblia do Pe Matos Soares). Este texto de I Jo 5, 7 Vg é controvertido sobre se é um texto bíblico autêntico ou não, omitimos esta questão, por ora, daremos nosso parecer e um aprofundamento homilético-exegético no tempo oportuno(isto é, quando expormos homileticamente I Jo 5, 7; I Jo 5, 7 Vg) ___________________________________________________________________________________ : |
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